ONU prevê redução nas emissões de gases que aquecem o planeta, mas em ritmo muito lento
28/10/2025
(Foto: Reprodução) ONU lança relatório sobre mudanças climáticas antes da COP30
A ONU publicou nesta terça-feira (28) o relatório que vai servir de base para as discussões sobre as mudanças climáticas na COP30, em Belém.
Começamos com a notícia boa: esforços estão gerando efeitos e, pela primeira vez, a ONU prevê uma redução nas emissões de gases que aquecem o planeta - 10% de queda, até 2035, em relação aos níveis de seis anos atrás.
Mas veio uma notícia ruim também: a redução ainda é muito pequena. Cientistas alertam que, se a redução na próxima década não atingir os 60%, a Terra sofrerá impactos ainda muito mais graves do que os que já estamos vendo. E mesmo essa conta de 10% está em risco. Ela inclui promessas da União Europeia e da China, que ainda não detalharam os planos, e considera iniciativas do ex-presidente americano Joe Biden, que Donald Trump já descartou.
Por isso, na opinião da Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima, o cálculo – otimista - indica o tamanho do problema:
“O que, na verdade, esse relatório aponta e reafirma é uma falta de comprometimento dos países com o multilateralismo e a resposta que a gente precisa que a COP dê para esse desafio”.
ONU prevê redução nas emissões de gases que aquecem o planeta, mas em ritmo muito lento
Jornal Nacional/ Reprodução
As conclusões das Nações Unidas não só mapeiam o desafio pela frente, como também dão mais peso à Conferência do Clima de Belém, em novembro. O principal responsável climático da ONU frisou: agora cabe à COP30 e ao mundo uma resposta.
O secretário-geral, Antonio Guterres, destacou que a humanidade não está conseguindo cumprir a meta climática e falou em consequências devastadoras já inevitáveis. Ele afirmou que, sem ações urgentes, poderemos ver, por exemplo, a Amazônia virar uma savana. Foi em uma entrevista ao jornal britânico “The Guardian” e a uma plataforma de notícias baseada na Amazônia. Ao repórter da Sumaúma, o português respondeu em português:
“Não está apenas em causa proteger a natureza. Está em causa reconhecer o papel que a natureza tem em proteger-nos a nós”.
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