Marina Harkot: Justiça decide nesta quarta se prende e aumenta pena de motorista que matou ciclista

  • 22/10/2025
(Foto: Reprodução)
Empresário acusado de atropelar a ciclista Marina Harkot é condenado a 13 anos de prisão A Justiça decidirá nesta quarta-feira (22) se decreta a prisão imediata do motorista condenado por atropelar e matar a ciclista e socióloga Marina Harkot em 2020 em São Paulo. E se aumenta de 13 para 17 anos a pena de reclusão para o empresário José Maria da Costa Júnior. Os pedidos acima foram feitos pelo Ministério Público (MP). Mas a defesa do réu também recorreu, querendo a anulação do julgamento que condenou seu cliente e pedindo a marcação de um novo júri. O julgamento de todos esses recursos começa às 9h30 na 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que representa a segunda instância do Poder Judiciário. Na primeira instância, José Maria foi julgado em 24 de janeiro, quando o júri popular o considerou culpado pela morte de Marina. E o condenou por homicídio doloso por dolo eventual (por ter assumido o risco de matar), embriaguez ao volante e omissão de socorro. A vítima tinha 28 anos. Como já respondia ao processo em liberdade, o motorista saiu pela porta da frente do Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste da capital. E pôde recorrer solto da condenação às instâncias superiores da Justiça. Ele tem 37 anos. MP quer prisão e pena maior Motorista José Maria fugiu após atropelar e matar a ciclista Marina Harkot em São Paulo Reprodução/Arquivo pessoal "Dezessete anos para cima seria algo mais justo", falou ao g1 o promotor do caso, Rodolfo Morais, sobre o tempo de prisão que, no seu entendimento, deveria ser aplicado a José Maria. "O Supremo Tribunal Federal [STF] determina que o réu condenado em plenário no Tribunal do Júri, obrigatoriamente, tem de sair preso", comentou Rodolfo a respeito do pedido para decretação da prisão automática. "Treze anos [de prisão] é um número baixo, mas a batalha continua. A gente quer realmente que esse caso seja significativo", declarou Maria Claudia Kohler, mãe da vítima, após o julgamento, no começo deste ano. "As penas fixadas foram penas mínimas", falou depois do júri a advogada Priscila Pamela Santos, que atuou como assistente da acusação, defendendo os interesses da família de Marina. Defesa busca anular condenação Imagens inéditas mostram interrogatório de acusado de matar Marina Harkot Três desembargadores analisarão os recursos do MP e da defesa. Pelo fato de os pedidos estarem na segunda instância, um procurador de Justiça fará a sustentação oral. A defesa de José Maria também terá sua vez para se manifestar. "Nós entramos, sim, com recurso para anular o julgamento, em função, inclusive de algumas preliminares que constam na ata, nós iremos realizar a sustentação oral e pedimos também um novo julgamento, haja visto que não tem materialidade de que ele estaria embriagado", falou Jose Miguel da Silva Junior, que defende os interesses do empresário. Para a defesa, o crime não é de homicídio doloso, mas culposo, sem intenção de matar. Nos homicídios culposos na direção de veículos, os réus são julgados por um juiz, e as penas costumam ser de 2 a 4 anos de reclusão, podendo resultar também em prisão, mas em regime aberto. Até a última atualização desta reportagem não havia nenhuma decisão judicial a respeito dos pedidos feitos pela defesa de José Maria. Como foi o crime Foto pericial mostra corpo de Marina Harkot coberto por manta e bicicleta dela destruída após atropelamento Reprodução Durante o julgamento, em janeiro, os jurados entenderam que José Maria bebeu, dirigiu seu carro em alta velocidade, atingiu a vítima que pedalava de bicicleta e fugiu após o atropelamento _o que caracteriza o fato de ter assumido o risco de matar. O atropelamento de Marina ocorreu em 8 de novembro de 2020 na Avenida Paulo VI, em Pinheiros, Zona Oeste. A bicicleta vermelha da socióloga ficou destruída após ser atingida por trás pelo Hyundai Tucson prata dirigido pelo motorista. José Maria negou ter bebido e guiado o carro em alta velocidade. Mas dois amigos dele, que estavam no carro, contaram que ele havia tomado uísque com energético momentos antes de atropelar Marina. Além disso, laudo da perícia da polícia analisou um vídeo que mostra que o carro passou a 93 km/h na via logo após o atropelamento. O limite para o trecho é de 50 km/h. Como o motorista se apresentou na delegacia dois dias depois do atropelamento, não foi possível submetê-lo a exame para saber se havia bebido quando atingiu Marina e sua bicicleta. O réu também falou em seu interrogatório que não viu a vítima quando a atingiu com o veículo porque o local estava escuro. Uma policial militar que socorreu Marina também testemunhou e disse que o lugar era iluminado e seria possível vê-la. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a ciclista morreu devido a politraumatismo (diversas fraturas pelo corpo). José Maria ainda alegou que, quando ocorreu a colisão, ouviu um barulho, mas não parou porque achou que se tratava de uma tentativa de assalto. Ainda de acordo com José Maria, ele só desconfiou que atropelou Marina depois que viu na TV, dias depois, a notícia de que a ciclista morreu na avenida por onde ele passou. Desde o crime, a carteira de motorista dele está suspensa temporariamente por decisão da Justiça. Quem foi Marina Parentes e amigos se concentram em frente ao fórum onde acontece júri do motorista que atropelou e matou Marina Harkot Kleber Tomaz/g1 Marina era pesquisadora do uso da bicicleta como meio de transporte para mulheres nas grandes cidades e defensora dos direitos dos ciclistas no trânsito. Socióloga pela Universidade de São Paulo (USP), ela fazia doutorado e atuava como pesquisadora do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade) e Ciclo Cidade, além de atuar em outros grupos ligados à mobilidade ativa. O caso Marina repercutiu à época na imprensa e nas redes sociais, dando origem a protestos de quem usa a bicicleta como meio de transporte. A família dela criou o projeto Pedale como Marina. Além de buscarem justiça e pedirem a condenação do atropelador que matou a ciclista, eles têm participado de atos, palestras e buscado conscientizar as pessoas da necessidade de educação e regras para a convivência pacífica entre bicicletas e veículos motorizados no trânsito. No detalhe: José Maria aparece em bar na Zona Oeste de São Paulo momentos antes de atropelar e matar Marina Harkot Reprodução/Câmera de segurança LEIA MAIS: 'A falta dela é todo dia', diz mãe, que espera há 2 anos julgamento de motorista Marina Harkot: TJ-SP mantém decisão de levar motorista a júri popular por homicídio por dolo eventual

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/10/22/marina-harkot-justica-decide-nesta-quarta-se-prende-e-aumenta-pena-de-motorista-que-matou-ciclista.ghtml


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