Mancha preta atinge mar no litoral de SP, causa mau cheiro e rende multa à Sabesp
19/11/2025
(Foto: Reprodução) Mancha preta toma conta de mar no litoral de SP e chama atenção pelo cheiro
Uma mancha preta atingiu o mar de Mongaguá, no litoral de São Paulo, e chamou a atenção de moradores pelo odor forte. A prefeitura multou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em R$ 3.702 por dia até que o problema seja resolvido.
Imagens obtidas pelo g1 mostram a água escura saindo do Canal 2 — ponto onde deságua o rio Bichoró — e avançando em direção ao mar, em uma área bastante frequentada por banhistas (veja acima).
O autônomo Paulo Cândido Pontes, de 55 anos, relatou que o local apresentava cheiro intenso de esgoto.
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Mancha preta toma conta de mar no litoral de SP e chama atenção pelo cheiro
Paulo Cândido Pontes
Segundo a prefeitura, o canal recebe água tratada da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Sabesp e o deságue dos canais pluviais. Em chuvas fortes, como a de segunda-feira (17), a água do rio, rica em sedimentos como areia e matéria orgânica, chega em maior volume e mais escura.
Porém, o município ressaltou que o odor característico de esgoto relatado por moradores e agentes que fiscalizaram o local na terça-feira (18) não é normal, indicando possíveis ligações clandestinas de esgoto à rede pluvial, extravasamento da rede coletora e acúmulo de sedimentos contaminados.
Multa
Em nota, o a prefeitura informou que a multa aplicada à companhia se deve a infração sanitária pelo lançamento de esgoto sem tratamento nas praias da cidade. O problema ocorreu às vésperas do feriado da Consciência Negra, período em que Mongaguá espera receber milhares de turistas.
A administração municipal disse ainda que acionou a Cetesb para auxiliar na resolução do caso e que pretende aumentar o valor da multa, já que também se trata de descarte de resíduos nas águas.
"Vamos viabilizar ainda o acionamento do Ministério Público, dada a gravidade dos impactos ambientais e sociais", disse, em nota.
A companhia ambiental, por sua vez, afirmou que não recebeu denúncias em seus canais de atendimento. Segundo a nota, após grandes pancadas de chuva é comum o arrasto de sedimentos e poluição nos canais que chegam à praia, o que explicaria a mudança temporária na coloração da água.
O g1 procurou a Sabesp em busca de posicionamento, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
O que diz o biólogo?
Ao analisar as imagens registradas na praia, o biólogo marinho Eric Comin disse que não é possível identificar a origem da mancha sem uma análise mais detalhada.
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