Jornal Nacional esclarece dúvidas sobre as novas regras para educação a distância
21/05/2025
(Foto: Reprodução) As instituições de ensino vão ter um período de transição de dois anos para se adaptar. Nova política de Educação à Distância provoca dúvidas entre estudantes
A nova política de educação a distância, que foi regulamentada esta semana, provocou dúvidas entre muitos estudantes. O Jornal Nacional desta quarta-feira (21) esclareceu as mais comuns.
O MEC - Ministério da Educação publicou uma portaria endurecendo ainda mais as regras para o curso de Medicina. É a única faculdade em que todas as aulas, 100%, professores e alunos precisam estar juntos no mesmo lugar. Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia também só poderão ser presenciais, mas com até 30% de aulas a distância.
Os cursos de licenciatura, que formam professores, as engenharias e outros cursos na área de saúde poderão ser presenciais ou semipresenciais. Os demais cursos estão liberados para funcionar nas três modalidades, inclusive a distância.
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Ivana Rodrigues é especialista em regulação do ensino superior e vai ajudar a tirar dúvidas em relação ao novo decreto. As principais são sobre esse novo formato oferecido: o que é a modalidade semipresencial?
"Ela vem para poder dividir e, talvez, padronizar um pouco mais o formato de oferta dos cursos. Nós temos, claro, as atividades presenciais de sala de aula, mas também temos as atividades que são laboratoriais, por exemplo, atividades de extensão, as atividades de estágio”, diz Ivana Rodrigues, consultora de regulação do Semerj.
O professor Carlos Bielschowsky, que já foi secretário nacional de Educação a Distância, diz que o semipresencial vem para acabar com alguns absurdos na formação de profissionais:
"Nós tínhamos algumas situações muito difíceis de entender. Como, por exemplo, o curso de Engenharia Civil sem laboratórios físicos. Como, por exemplo, alunos que faziam provas sem controle de autoria. Então, o decreto disciplina isso”.
Jornal Nacional esclarece dúvidas sobre as novas regras para educação a distância
Jornal Nacional/ Reprodução
E, pela nova regra, como vão ser as provas e avaliações nos cursos EAD? Ivana Rodrigues responde:
"Nós temos essa nova política, que estabelece que todas as avaliações das disciplinas EAD serão feitas e realizadas presencialmente. Então, mesmo que a disciplina seja realizada a distância, a prova deverá ser realizada ou na sede da instituição ou no polo de educação a distância”.
E como fica a situação de quem já está matriculado em um curso EAD?
"Nada muda. Os estudantes que estão matriculados podem ficar tranquilos que, até o final da sua turma, da conclusão do seu curso, nada muda para eles. E, ao final, eles terão o diploma de graduação do seu respectivo curso. As mudanças são para novos ingressantes”, afirma Ivana Rodrigues.
Mesmo para os alunos novos, as regras não entram em vigor da noite para o dia. As instituições de ensino vão ter um período de transição de dois anos para se adaptar. E, nos próximos 90 dias, ainda vai ser possível fazer matrículas na educação a distância e cursar toda a faculdade pelas regras antigas.
Nos últimos dias, tanto universidades privadas quanto públicas vêm debatendo o decreto.
"Essa possibilidade de abrir o ensino superior a um número maior de alunos se mantém, apenas vai orientado que isso seja feito com a devida qualidade", afirma Carlos Bielschowsky.
A estudante Gabriela Guilherme se forma no fim de 2025 em administração pública. Com uma filha pequena, só conseguiu fazer o curso a distância. Em alguns momentos, sentiu falta dos professores, mas o que aprendeu na tela transformou o próprio futuro.
"Você precisa ter disciplina tanto no online quanto no presencial. O aluno precisa querer estar ali, querer fazer um curso, se esforçar para poder conseguir concluir o curso, isso é fundamental em qualquer , tanto no EAD quanto no presencial. Disciplina, o foco é tudo", diz.
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